
Alguém te dá uma lambada. E percebe quantas pessoas existem a sua volta e repara que elas também reparam você. Percebe que embora seja único, você é igual a todo mundo. E nessa hora você fica tonto, porque ninguém vai parar o universo pra te explicar.Começa a se preocupar com as suas roupas, com escola, com seus sonhos, com o vizinho, com os outros, com os amigos, com piercings e tatuagens, com dinheiro, com festas, com sentimentos. Já não consegue ter amigos imaginários. Já não consegue mais nem imaginar. E você toma rémedios pra dor de cabeça, pra emagrecer, para dormir, pra acordar, pra se acalmar; Você deixa de ser simples como um brincadeira e passa a ser complexo como a Segunda Guerra Mundial. Você sofre por ver as crianças passando fome e sofre por não ter roupa pra vestir na festa de amanhã. E você se perde nesse mundo de etiquetas que nada valem, mas que sempre carregam junto um preço alto e um produto fútil.
E começa a se perguntar “quem eu sou?”, e de novo começa a ficar tonto. Então você erra, e erra de novo, e pede desculpas, mas sabe que elas não apagam o passado e muito menos fazem ele voltar. E é aí que chega o dia que você realmente queria que ele voltasse. Chega o dia em que você deseja ser criança: não ter mais problemas, perdoar fácil porque nem sabe o que é errar. E tudo é tão perfeito, tão alegre. E o sol? E as estrelas quando tempo faz que você não conta? O castelo de areia, o lápis de cor.. tudo acaba. A nossa vida acaba. E passamos a maior parte dela tentando desvendá-la, tentando achar nosso caminho aqui na Terra. Isso tudo porque somos orgulhosos o suficiente para achar que pra toda pergunta a uma resposta, e tudo que existe tem uma razão. Talvez não devemos viver cada minuto intensamente, talvez não devemos aproveitar o máximo. Talvez não devêssemos nos arrepender, mas também não deveríamos pensar no “eu não devo”. Seria bom se eu pudesse descomplexar a minha vida, transformá-la numa brincadeira e não numa Guerra, pois esses dois a segunda será a pior opção. Também não quero perder as coisas que me fazem mal, pois é com elas que eu aprendo a ser alguém bom. E é com elas que aprendo a enfrentar meus problemas.
Não quero tentar compreender que não tem explicação, e se for para desejar voltar no tempo, que seja por causa de momentos bons, e não porque me arrependi. Afinal, se não fosse assim, quem sabe como seria? A única coisa que eu quero neste momento é sentir. Sentir todas as emoções com intensidade, não importa quais sejam. Sentir meu coração pulsar, não importa o motivo. Também não importa se eu chore ou sorria. A única coisa que importa é que estou viva e agora, e como uma criança eu posso ser feliz pelo simples fato de existir.
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